Novembro/2013.
Desde
que se “entendeu como gente”, ela viveu atrás dos gatos. Sim, estes bichinhos
meigos e peludos: os felinos. Aqueles que dizem ter sete vidas, que odeiam
água. Será mesmo?
Ela
não pensava assim aos seis anos de idade quando viu um gatinho deitado numa
valeta rasa, por onde escorria água pelo terreno. O sol estava quente é bem
verdade, era verão fazia muito calor e todos em casa estavam ocupados com seu
afazeres.
—
Bom, já que ele está nesta valeta, é porque sente calor, muito calor... O
melhor mesmo é coloca-lo no tanque e dar-lhe um bom banho de torneira. Assim
faziam com ela nesta época do ano.
Pegou-o
no colo, fez uns carinhos. Talvez tenha explicado a ele que lhe daria um
gostoso banho e que por estar muito calor ele iria adorar.
Abriu
a torneira, colocou-o debaixo da água e... bem, o resto já devem até imaginar.
Esta foi a sua primeira experiência mal sucedida com os gatinhos: as mãos
arranhadas e ensanguentadas e aos berros pelo quintal.
Mas,
criança esquece fácil e não guarda rancor algum.
Os
gatos a perseguiam e ela agora mais crescida - continua apaixonada por eles.
Certa
vez ouviu uns fracos miados em baixo de sua janela, e, como resistir aos apelos
de um bichinho tão indefeso. Pegou-o, e como era preto deu-lhe o nome bastante
sugestivo de Black. Neste ela não deu
banhos, pois já sabia o trágico resultado. Este era sapeca demais e a ele
ensinou a brincar com as bolinhas de papel. Ficava na esquina das paredes e com
uma bolinha de papel pendurada no barbante balançava-a para que corresse e
pulasse para pegá-la. Aprendeu tão rápido a brincadeira que mesmo sem as
bolinhas o “Black” ficava espreitando atrás das quinas da casa para pular em
cima do primeiro que passava, causando assim muitos gritos de sustos.
Diversos
gatos passaram pela sua vida: pretos, cinzas e malhados. Mas, de um em especial
ela jamais esqueceu. Era branco e o chamavam de “Romão” devido ao seu miado que
imitava o seu nome. O gato era do seu avô e desapareceu de tanta saudade,
depois que seu dono morreu.
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