quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Ela e os gatos.

Novembro/2013.

Desde que se “entendeu como gente”, ela viveu atrás dos gatos. Sim, estes bichinhos meigos e peludos: os felinos. Aqueles que dizem ter sete vidas, que odeiam água. Será mesmo?
Ela não pensava assim aos seis anos de idade quando viu um gatinho deitado numa valeta rasa, por onde escorria água pelo terreno. O sol estava quente é bem verdade, era verão fazia muito calor e todos em casa estavam ocupados com seu afazeres.
­— Bom, já que ele está nesta valeta, é porque sente calor, muito calor... O melhor mesmo é coloca-lo no tanque e dar-lhe um bom banho de torneira. Assim faziam com ela nesta época do ano.
Pegou-o no colo, fez uns carinhos. Talvez tenha explicado a ele que lhe daria um gostoso banho e que por estar muito calor ele iria adorar.
Abriu a torneira, colocou-o debaixo da água e... bem, o resto já devem até imaginar. Esta foi a sua primeira experiência mal sucedida com os gatinhos: as mãos arranhadas e ensanguentadas e aos berros pelo quintal.
Mas, criança esquece fácil e não guarda rancor algum.
Os gatos a perseguiam e ela agora mais crescida - continua apaixonada por eles.
Certa vez ouviu uns fracos miados em baixo de sua janela, e, como resistir aos apelos de um bichinho tão indefeso. Pegou-o, e como era preto deu-lhe o nome bastante sugestivo de Black. Neste ela não deu banhos, pois já sabia o trágico resultado. Este era sapeca demais e a ele ensinou a brincar com as bolinhas de papel. Ficava na esquina das paredes e com uma bolinha de papel pendurada no barbante balançava-a para que corresse e pulasse para pegá-la. Aprendeu tão rápido a brincadeira que mesmo sem as bolinhas o “Black” ficava espreitando atrás das quinas da casa para pular em cima do primeiro que passava, causando assim muitos gritos de sustos.
Diversos gatos passaram pela sua vida: pretos, cinzas e malhados. Mas, de um em especial ela jamais esqueceu. Era branco e o chamavam de “Romão” devido ao seu miado que imitava o seu nome. O gato era do seu avô e desapareceu de tanta saudade, depois que seu dono morreu.




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